(Português) Plano económico do Syriza é mais realista que o da troika, diz Krugman

ORIGINAL LANGUAGES, 2 Feb 2015

Esquerda – TRANSCEND Media Service

Economista Prémio Nobel de 2008 afirma que se há algum defeito no plano do Syriza, é o de não ser suficientemente radical. E defende que “o resto da Europa devia dar-lhe a oportunidade de pôr fim ao pesadelo no seu país”.

Paul Krugman

Paul Krugman

26 Jan 2015 – Na sua coluna do The New York Times, o economista Paul Krugman defende que o apelo à mudança feito por Alexis Tsipras é de longe mais realista do que aquele que os líderes europeus querem impor à Grécia. “O resto da Europa devia dar-lhe a oportunidade de pôr fim ao pesadelo no seu país”, defende o Prémio Nobel da Economia de 2008.

Krugman defende que se o plano do Syriza tem algum defeito, é o de não ser suficientemente radical. “A redução da dívida e um alívio da austeridade reduziriam o sofrimento económico, mas é duvidoso que sejam suficientes para produzir uma forte recuperação. Por um lado, não é claro o que pode fazer qualquer governo grego a menos que esteja preparado para abandonar o euro, e o povo grego não está preparado para isso”.

Líderes europeus pediram o impossível à Grécia

Na opinião de Krugman, a grande vitória do Syriza deve-se ao facto de os líderes europeus terem estado a pedir o impossível. “Dois anos após ter começado o programa da Grécia, o FMI procurou exemplos históricos de programas do tipo do da Grécia, tentativas de pagar a dívida através da austeridade sem qualquer redução importante da dívida ou inflação, que tivesse obtido sucesso. Não encontrou nenhum.”

O facto é que os planos da troika foram totalmente irrealistas, não os de Tsipras. Krugman recorda o memorando de entendimento, que considera um “documento notável, da pior forma”, para afirmar que o seu conteúdo era uma “fantasia económica”, apesar de querer parecer muito realista. O povo grego tem vindo a pagar o preço destas fantasias, afirma.

Krugman lembra as projeções do memorando, que assumiam que a Grécia podia impor uma austeridade brutal com um pequeno efeito sobre o crescimento e o emprego. “A Grécia já estava em recessão quando o acordo foi assinado, mas as projeções assumiam que esta queda seria invertida em breve”.

Pesadelo económico e humano

O que realmente aconteceu foi um pesadelo económico e humano, aponta o economista. “A Grécia só atingiu o fundo do poço em 2014” e nessa altura já estava mergulhada na depressão, com o desemprego nos 28% e o desemprego jovem a chegar aos 60%. E a recuperação em curso atualmente “mal se vê”.

“Se a troika tivesse sido verdadeiramente realista, teria reconhecido que estava a exigir o impossível”, conclui Krugman.

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Paul Krugman recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 2008. Iniciou como colunista no The New York Times em 1999. É professor de Economia e Relações Internacionais na Universidade de Princeton e já lecionou nas universidades de Yale, MIT e Stanford. É autor ou editor de mais de 20 livros e 200 artigos.

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