(Português) ONG internacional denuncia empresas que financiam queimadas na Amazônia

ORIGINAL LANGUAGES, 9 Sep 2019

David Arioch | Vegazeta – TRANSCEND Media Service

3 set 2019 – Segundo a Mighty Earth, maior incentivo à destruição da Amazônia vem de grandes empresas que atuam na indústria de carne e de soja destinada à alimentação de animais criados para consumo.

“São essas empresas que estão criando a demanda internacional que financia os incêndios e o desmatamento”. (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

Na semana passada, a organização internacional Mighty Earth concluiu uma série de investigações sobre quem financia as queimadas na Amazônia, que sucede o desmatamento que dará lugar à formação de pastagens para o gado e terras agrícolas para o cultivo de soja destinada à nutrição de animais criados para consumo.

Segundo informações coletadas pela ONG por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e Nasa, o maior incentivo à destruição da Amazônia vem de grandes empresas que atuam na indústria da carne e de soja em larga escala, como JBS, Cargill e marcas globais como Stop & Shop, Costco, McDonald’s, Walmart, Asda e Sysco.

“São essas empresas que estão criando a demanda internacional que financia os incêndios e o desmatamento”, informa a Mighty Earth, que cita também a Marfrig e Minerva Foods entre as que contribuem com a situação da Amazônia.

Infrográficos: Mighty Earth

De acordo com a ONG, a destruição não se limita ao Brasil, já que na Amazônia boliviana 2,5 milhões de acres foram queimados, em grande parte, para dar espaço às pastagens e plantações de soja – e isso apenas em algumas semanas.

“O Paraguai está passando por devastação semelhante”, lamenta. Com base em dados da Nasa, Conab e Imazon, a Mighy Earth descobriu também que outras grandes produtoras de soja voltada à alimentação de animais criados para consumo são grandes financiadoras da degradação amazônica. Além da Cargill, estão no topo a ADM, Armaggi, Bunge e Louis Dreyfus.

E o que tem motivado esse cenário preocupante é a expansão da demanda por carne bovina e couro. Só de 1993 a 2013, o rebanho bovino na Amazônia cresceu quase 200%, somando 60 milhões de animais – aponta a Mighty Earth.

“Embora o desmatamento visando criação de gado tenha sido reduzido graças à ação do setor privado e do governo, a nova onda de desmatamento este ano mostra que as grandes empresas internacionais de carne e couro e seus clientes e financiadores continuam a criar mercados para o gado à base de desmatamento”, enfatiza a ONG.

Infrográficos: Mighty Earth

Já o desmatamento para plantação de soja na Amazônia tem ocorrido principalmente nas imediações da BR-163. “Os grandes produtores de soja transportam rotineiramente sua soja pela Rodovia BR-163 para o principal porto da Cargill em Santarém [PA], onde é embarcada e enviada para alimentar o gado ao redor do mundo, na Europa, China e em outros lugares.”

Vale lembrar que a Cargill, Bunge e outras empresas se comprometeram com a Moratória da Soja – um compromisso de não comprar soja proveniente do desmatamento.

A Cargill declarou em comunicado oficial na semana passada que “apoia integralmente a Moratória da Soja na Amazônia e não compra grãos de áreas recém-desmatadas”. Também enfatizou que as empresas do setor conseguiram reduzir em 80% o desmatamento da Amazônia na última década.

Saiba quem são os compradores da Cargill, JBS e Marfrig:

_____________________________________________

David Arioch é jornalista profissional, historiador e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário.

 

 

Go to Original – vegazeta.com.br


Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , ,

Share this article:


DISCLAIMER: The statements, views and opinions expressed in pieces republished here are solely those of the authors and do not necessarily represent those of TMS. In accordance with title 17 U.S.C. section 107, this material is distributed without profit to those who have expressed a prior interest in receiving the included information for research and educational purposes. TMS has no affiliation whatsoever with the originator of this article nor is TMS endorsed or sponsored by the originator. “GO TO ORIGINAL” links are provided as a convenience to our readers and allow for verification of authenticity. However, as originating pages are often updated by their originating host sites, the versions posted may not match the versions our readers view when clicking the “GO TO ORIGINAL” links. This site contains copyrighted material the use of which has not always been specifically authorized by the copyright owner. We are making such material available in our efforts to advance understanding of environmental, political, human rights, economic, democracy, scientific, and social justice issues, etc. We believe this constitutes a ‘fair use’ of any such copyrighted material as provided for in section 107 of the US Copyright Law. In accordance with Title 17 U.S.C. Section 107, the material on this site is distributed without profit to those who have expressed a prior interest in receiving the included information for research and educational purposes. For more information go to: http://www.law.cornell.edu/uscode/17/107.shtml. If you wish to use copyrighted material from this site for purposes of your own that go beyond ‘fair use’, you must obtain permission from the copyright owner.

Comments are closed.