Muitos animais são mortos em qualquer parte do planeta para as mais diversas finalidades a cada segundo, e isso não parece ainda chocar ou sensibilizar o mundo como deveria – consequência do fato de que a humanidade explora os animais há tanto tempo que a maioria acaba, em decorrência dessa legitimação, não considerando muito relevante voltar sua atenção para eles.
No entanto, há maneiras de chegar até a mente e o coração das pessoas, e um desses meios são registros fotográficos que captam a dor, as sensações e outras emoções dos animais quando quase ninguém está olhando para eles, ou pelo menos não como deveria. Um olhar sensível que origina fotos que captam o impacto de nossos hábitos de consumo baseados na exploração de animais pode permitir uma nova percepção.
Foi por reconhecer esse poder da fotografia que Andrew Skowron passou a utilizar uma câmera como sua principal ferramenta de ativismo em defesa dos animais. Seja em matadouros, fazendas de produção leiteira ou de peles, laboratórios de experimentação animal ou mercados de animais, sua missão mais importante, mais do que denunciar uma injusta realidade, é encontrar um meio de ampliar a empatia de quem ainda não reconhece o sofrimento dos animais.
“Sou um fotógrafo que, diariamente, documenta a vida dos animais. Minhas imagens mostram suas existências, que foram degradadas e reduzidas a produtos, bens comuns. Por meio da fotografia, quero mostrar o que é invisível para a sociedade – as relações entre os animais, sua capacidade de sentir, o respeito que eles merecem”, informa.
Skowron diz que a fotografia permite revelar mais sobre o esquecido “direito de viver”. “A sociedade nos levou a pensar que é bom nos concentrar no consumo, deixando para trás a empatia e quaisquer reflexões morais. Ao fotografar animais, estou tentando capturar seus relacionamentos, amizades, emoções que moveriam o coração de um humano.”
Andrew Skowron também registra as boas ações humanas em relação aos animais – principalmente quando suas imagens contam histórias de sobreviventes que ganharam uma segunda chance longe da exploração. Um exemplo é uma de suas séries sobre animais resgatados da indústria de peles.
“A esperança é de que todo o processo de revelar a verdade e quebrar os estereótipos ajude as pessoas a encontrarem empatia em si mesmas”, reforça e faz uma observação realista e contundente sobre o mundo da exploração animal:
“A difícil situação dos animais é um problema global, a dor e a exploração não conhecem limites ou divisões. Ofereço a possibilidade de olhar para dentro do mundo deles, estar mais ciente do fato de que todo esse sofrimento acontece ao virar a esquina e não precisamos concordar com isso. Não precisamos ficar calados.”
Para conhecer um pouco mais do trabalho de Andrew Skowron, acesse:
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David Arioch é jornalista profissional, historiador e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário.