(Português) Consumidores estão optando por alimentos livres de crueldade animal

ORIGINAL LANGUAGES, 4 May 2020

ANDA Agência de Notícias de Direitos Animais – TRANSCEND Media Service

4 maio 2020 – “Saúde, preocupação com os animais e razões ambientais contribuem para impulsionar essa tendência ascendente”

Pixabay

Consumidores estão dando preferência a opções alimentares livres de ingredientes de origem animal. Segundo dados do portal Al Arabiya English, a mudança de perfil tem ligação intrínseca com a pandemia do coronavírus e com a conscientização dos riscos do consumo de animais e a busca por estilos de vida mais sustentáveis.

O dono de um restaurante no Emirados Árabes afirma que desde o surto de coronavírus, instalou-se uma espécie de “vírusfobia” que fez crescer um interesse maior por produtos veganos em até 50%. De acordo com a empresa de carnes Tofurky, seu crescimento dobrou em março, em comparação a janeiro e fevereiro.

Segundo a empresa: “Saúde, preocupação com os animais e razões ambientais contribuem para impulsionar essa tendência ascendente e, com os avanços no sabor e na textura dos produtos à base de plantas, essa também é uma das principais razões para a expansão da categoria”, disse um representante da Tofurky.

Sistema alimentar em transformação

Um artigo publicado pelo portal britânico The Guardian escrito pelos autores Jan Dutkiewicz, Astra Taylor e Troy Vettese aponta que o modelo alimentar atual é o principal responsável pelo surgimento de epidemias e novas doenças. Segundo o Dr. Anthony Fauci, o principal epidemiologista dos Estados Unidos, a ligação entre a exploração animal para consumo e o surgimento de doenças infectocontagiosas é nítida e usa como exemplo os “mercados úmidos” chineses. “Me surpreende como, quando temos tantas doenças que emanam dessa interface humano-animal incomum, que não o fechamos”, disse em entrevista à Fox.

Os autores destacam que é preciso uma análise interdisciplinar. Eles acreditam que o principal fator causador de doenças zoonóticas (transmitidas de animais para humanos) é a agricultura industrial de animais. A invasão e destruição de habitats de espécies selvagens oportuniza que vírus e micro-organismos que viviam em equilíbrio na natureza migrem para áreas ocupadas por seres humanas. “A agricultura industrial também cria suas próprias doenças, como gripe suína e gripe aviária, em fazendas infernais. E contribui para a resistência aos antibióticos e as mudanças climáticas, os quais exacerbam o problema”, diz o artigo.

A publicação enfatiza ainda que chegou o momento de dialogar honestamente sobre o impacto das ações humanos no meio ambiente e sobre a forma como nos alimentamos, que fomenta uma série de doenças e danos incalculáveis à natureza. “Coletivamente, devemos transformar o sistema global de alimentos e trabalhar para acabar com a agricultura animal e reutilizar grande parte do mundo. Estranhamente, muitas pessoas que nunca desafiariam a realidade das mudanças climáticas se recusam a reconhecer o papel que o consumo de carne desempenha em risco à saúde pública. Comer carne, ao que parece, é uma forma socialmente aceitável de negação da ciência”, diz os autores.

Pixabay

Pesquisadores emitem avisos há anos sobre as consequências do atual sistema alimentar baseado na exploração de animais. Após o surto de Sars, em 2003, um ensaio publicado no American Journal of Public Health que era necessário reduzir ou abolir completamente o consumo de animais e seus derivados, como laticínios. Em 2016, o Programa Ambiental da ONU alertou que a “revolução da pecuária” era um desastre zoonótico esperando para acontecer. Autoridades não levaram em conta os avisos e incentivam cada vez mais o consumo de animais em benefício da economia. A revanche da natureza chegou.

Dutkiewicz, Taylor e Vettese acrescentam que culpar apenas a China é negar a realidade. “Na realidade as zoonoses surgem em todo o mundo e o fazem com crescente regularidade. A gripe espanhola de 1918 provavelmente veio de uma fazenda de porcos no meio-oeste. Nos anos 90, a desestabilização ecológica no sudoeste dos EUA levou ao surto de hantavírus Four Corners. Os vírus Hendra e Menangle têm o nome de cidades australianas. O vírus Reston é uma cepa do Ebola que leva o nome de um subúrbio de DC. O vírus Marburg surgiu na Alemanha. Essas duas últimas doenças surgiram de macacos importados para uso em laboratório – os chineses não são os únicos com um grande e perigoso comércio de animais silvestres. Sars, Mers e Zika são apenas três de muitas novas zoonoses que ocorrerão no novo milênio”, reforça o artigo.

____________________________________________

ANDA–Agência de Notícias de Direitos Animais: informar para transformar. A ANDA difunde na mídia os valores de uma nova cultura, mais ética, mais justa e preocupada com a defesa e a garantia dos direitos animais. É o primeiro portal jornalístico do mundo que combate a violência social e a destruição do meio ambiente a partir da defesa dos direitos dos animais. Contato: faleconosco@anda.jor.br

Go to Original – anda.jor.br


Tags: , , , , ,

Share this article:


DISCLAIMER: The statements, views and opinions expressed in pieces republished here are solely those of the authors and do not necessarily represent those of TMS. In accordance with title 17 U.S.C. section 107, this material is distributed without profit to those who have expressed a prior interest in receiving the included information for research and educational purposes. TMS has no affiliation whatsoever with the originator of this article nor is TMS endorsed or sponsored by the originator. “GO TO ORIGINAL” links are provided as a convenience to our readers and allow for verification of authenticity. However, as originating pages are often updated by their originating host sites, the versions posted may not match the versions our readers view when clicking the “GO TO ORIGINAL” links. This site contains copyrighted material the use of which has not always been specifically authorized by the copyright owner. We are making such material available in our efforts to advance understanding of environmental, political, human rights, economic, democracy, scientific, and social justice issues, etc. We believe this constitutes a ‘fair use’ of any such copyrighted material as provided for in section 107 of the US Copyright Law. In accordance with Title 17 U.S.C. Section 107, the material on this site is distributed without profit to those who have expressed a prior interest in receiving the included information for research and educational purposes. For more information go to: http://www.law.cornell.edu/uscode/17/107.shtml. If you wish to use copyrighted material from this site for purposes of your own that go beyond ‘fair use’, you must obtain permission from the copyright owner.

Comments are closed.