19 jul 2020 – Lockdowns, diminuição de viagens e redução de produções causaram a queda de 4,6% da emissão de gases globais, o estudo que analisou 48 regiões e 26 setores da indústria foi realizado pela Universidade de Sidney e publicado pela revista científica Plos One. A diminuição de poluição de partículas finas foi de 3,8% e 2,9% de outros dois outros tipos de gases: dióxido sulfúrico – que está atrelado a diversos problemas respiratórios e o óxido de nitrogênio, responsável por formar a poluição atmosférica e pelas chuvas ácidas.
As maiores diminuições ocorreram nos Estados Unidos e China, em grande parte devido às viagens e ao uso reduzido de energia, água e gás, porém isso resulta em grande impacto econômico.
Entre fevereiro e maio, o estudo constatou que a pandemia atingiu 147 milhões de pessoas (4,2% da população global) com o desemprego e provocou uma queda de R$20,40tri no consumo, pior recessão desde quebra da bolsa americana em 1929, de acordo com o co-autor do estudo Arunima Malik.
A Europa também sofreu grandes impactos econômicos, mas ficou abaixo das reduções de emissões, porque a sua economia é menos dependente de combustíveis fósseis.
O declínio das emissões não está próximo do esforço necessário para evitar que temperatura global aumente 1,5ºC até 2050. Mesmo que as emissões dos gases do efeito estufa continuem caindo 4,6% por ano, as emissões precisariam diminuir mais 3% por ano entre 2020 e 2030 para limitar o aquecimento global e evitar resultados mais extremos da crise climática. As emissões se recuperarão de acordo com a normalização das atividades nos países.
A última vez que houve uma redução tão drástica nas emissões de gases foi durante a crise financeira de 2009, que obteve uma redução de 0,46 gigatoneladas nas emissões de carbono.
A crise econômica dos últimos quatros meses aprofundará a vulnerabilidade social, ampliará as diferenças de riquezas e sobrecarregará os sistemas públicos de saúde, principalmente de países com baixa-renda, de acordo com o estudo.
“Esse é um dilema social, ambiental e econômico – o fato é que esses sistemas são tão interconectados e você não pode resolvê-los separadamente”, diz Malik. “Então há uma crise econômica que reduz as emissões de gases, porém diversas pessoas perdem os seus empregos e muitos não enxergam o meio ambiente como prioridade no momento.”
Uma nova análise realizada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Yale e Universidade Northwestern concluiu que adiar investimentos em energia renovável por um ano poderia compensar as reduções e mortes evitadas pelas emissões desde março.
Malik disse que as reduções exigiriam uma reformulação completa do sistema econômico. “Quando chegarmos em um mundo pós-pandemia, eu gostaria de pensar que talvez seja uma oportunidade para redesenhar os sistemas para que sejam mais sustentáveis e inclusivos”, completou Malik. “Eu não tenho a resposta perfeita para isso e acho que a maioria das pessoas também não – é um dilema do nosso sistema.”
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