(Português) A OTAN Desenterra o Machado de Guerra
ORIGINAL LANGUAGES, 1 Sep 2014
Nas semanas próximas haverá mudança de comando e definições importantes em matéria da estratégia da OTAN para os próximos anos.
28 Ago 2014 – A Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN – está prestes a mudar seu comando civil. O mandato do atual secretário-geral da organização, o político e diplomata dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, está para terminar. Ele será substituído pelo norueguês Jens Stoltenberg a partir de 1º. de outubro próximo.
Anders Fogh, como é mais conhecido, foi primeiro-ministro da Dinamarca de 2001 a 2009, quando assumiu o cargo na OTAN. É um político neoliberal, duro em matéria de imigração (tema preferido pela direita europeia) e um falcão em matéria de OTAN.
É autor de um clássico do neoliberalismo, publicado em 1993, cujo título diz tudo sobre seu autor: “Do Estado Social ao Estado Mínimo”. Quando eleito para a secretaria-geral, contou com a oposição apenas da Turquia e com a rejeição por boa parte da população muçulmana da Europa.
Jens Stoltenberg é tido como mais moderado, embora seja caracterizado como pertencente à “ala direita” do Partido Social Democrata do seu país.
O secretário-geral reparte o poder dentro da OTAN com o presidente do Comitê Militar, cargo hoje ocupado pelo general dinamarquês Knud Bartels.
Durante o mandato de Fogh, a ação mais importante da OTAN até o momento tinha sido o auxílio na deposição de Muhammar Gadhaffi na Líbia, além da continuidade da intervenção no Afeganistão. Nos últimos meses, entretanto, o foco da Organização voltou-se também para o antigo leste europeu, devido à crise na Ucrânia.
Tanto Fogh como Stoltenberg são conhecidos por suas posições extremamente críticas em relação à Rússia, sendo Fogh tido como mais agressivo. Suas declarações nos últimos meses confirmam esta avaliação, pois tem sido dos mais ferrenhos a martelar que a crise na Ucrânia se deve unicamente à intervenção russa.
Na semana passada Fogh apresentou seu legado à organização que está prestes a deixar. Defendeu ardorosamente a necessidade da OTAN voltar a cercar a Rússia como seu principal objetivo, armando baterias de mísseis ao longo das fronteiras desta e capacitando “forças de rápida intervenção” para “conter qualquer invasão” dos países europeus, de modo a que no caso de uma “agressão russa” a um país, a resposta não venha apenas das forças armadas deste, mas do conjunto todo.
Defendeu a construção imediata de bases militares com aquela capacidade militar e aqueles objetivos nos países do leste europeu, de modo inclusive a possibilitar uma rápida intervenção no Oriente Médio (o norte da África já está sob sua “jurisidição”).
A proposta tem o apoio decidido da Polônia, e dos países bálticos, Estônia, Letônia e Lituânia, além dos Estados Unidos. Mas é olhada com reserva por parte de outros países influentes: Espanha, França, Itália e Alemanha, que vêm nela uma “provocação” a Moscou, que poderá reagir de modo a prejudicar ainda mais as relações com a Europa combalida pela crise financeira.
Nas semanas próximas haverá definições importantes em matéria da estratégia da OTAN para os próximos anos. No curso atual, é de se esperar que as propostas de Rasmussen ganhem mais adeptos – inclusive por parte de seu sucessor, Stoltenberg – já que a crise na Ucrânia tende a se prolongar. Até o momento o governo de Kiev parecia estar tendo sucesso em retomar áreas controladas pelos rebeldes nas regiões de Luhansk e Donetsk. Entretanto este avanço foi detido, e eestes conseguiram abrir uma nova frente de luta na cidade de Novoasovsk, junto a fronteira russa, e em direção a Mariupol, na costa do mar Negro, e que já foi palco de lutas ferozes entre partidários de Kiev e separatistas, com aqueles perpetrando um verdadeiro massacre contra militantes destes. Como sempre, voltaram à tona as acusações de que tal avanço está sendo feito com apoio material e de pessoal por parte dos russos.
Go to Original – cartamaior.com.br
DISCLAIMER: The statements, views and opinions expressed in pieces republished here are solely those of the authors and do not necessarily represent those of TMS. In accordance with title 17 U.S.C. section 107, this material is distributed without profit to those who have expressed a prior interest in receiving the included information for research and educational purposes. TMS has no affiliation whatsoever with the originator of this article nor is TMS endorsed or sponsored by the originator. “GO TO ORIGINAL” links are provided as a convenience to our readers and allow for verification of authenticity. However, as originating pages are often updated by their originating host sites, the versions posted may not match the versions our readers view when clicking the “GO TO ORIGINAL” links. This site contains copyrighted material the use of which has not always been specifically authorized by the copyright owner. We are making such material available in our efforts to advance understanding of environmental, political, human rights, economic, democracy, scientific, and social justice issues, etc. We believe this constitutes a ‘fair use’ of any such copyrighted material as provided for in section 107 of the US Copyright Law. In accordance with Title 17 U.S.C. Section 107, the material on this site is distributed without profit to those who have expressed a prior interest in receiving the included information for research and educational purposes. For more information go to: http://www.law.cornell.edu/uscode/17/107.shtml. If you wish to use copyrighted material from this site for purposes of your own that go beyond ‘fair use’, you must obtain permission from the copyright owner.
Read more
Click here to go to the current weekly digest or pick another article:
ORIGINAL LANGUAGES: