(Português) Galgos Explorados em Corridas São Forçados a Usar Cocaína
ORIGINAL LANGUAGES, 10 Jul 2017
ANDA Agência de Notícias de Direitos Animais – TRANSCEND Media Service
Um adestrador de galgos foi suspenso após testes revelarem que 12 cães explorados por ele tinham cocaína em seus corpos.
4 julho 2017 – De acordo com os registros, os cães, explorados no Bestbet Orange Park, testaram positivo para Benzoylecgonine (BZE) – um metabolito da cocaína.
“Este é o maior caso de drogas em galgos na história americana. É assustador”, declarou Carey Theil, diretor-executivo da GREY2K USA em Arlington, Mass., uma organização sem fins lucrativos que luta contra corridas de galgos e monitora pistas de cães em todo o país.
O First Coast News obteve registros do Departamento de Negócios e Regulação Profissional do Estado. Eles mostram que pelo menos 12 cães abusados pelo treinador Charles McClellan testaram positivo para a cocaína, de um total de 18 casos em quatro meses.
O estado exige que o vencedor de cada corrida, assim como outro cão escolhido aleatoriamente, seja testado por drogas após as corridas. Testes de urina realizados pela University of Florida College on Medicine Racing Laboratory mostraram a presença da substância. McClellan foi acusado por uma violação de drogas Classe 1 para cada teste positivo.
Carey Theil ressalta: “A pista diz ao público que os cachorros são ‘bem atendidos em nossas instalações: estamos assegurando que tudo fique bem’. Eles não podem ter 18 violações de cocaína em galgos e afirmar: ‘oh, desculpem, não é nossa responsabilidade”.
Mark Baughman, analista criminal do First Coast News, acredita que o treinador estava tentando melhorar os resultados dos cães: “Eu chamaria isso de caso de doping. É definitivamente um caso de doping. Estão tentando dar a esse cachorro uma vantagem competitiva”.
De acordo com a investigação do estado, uma cadela venceu uma corrida quando tinha cocaína em seu sistema. Flicka, ficou em primeiro lugar e testou positivo para a droga no mesmo dia. Foram descobertas evidências de cocaína em outro cão, Castle Rock, no dia seguinte. Depois, em Flicka e outros cães.
Baughman diz que a repetida presença de cocaína sugere intencionalidade. “Isso comprova que houve alguma cocaína administrada a esse animal, neste caso, o cachorro”, ressalta.
McClellan não é o único treinador citado pela presença de cocaína em cães explorados em corridas no Bestbet Orange Park. Outros cinco treinadores fizeram o mesmo entre 2010 e 2016.
De acordo com Robert Aguiar, veterinário da First Coast No More Homeless Pets, a cocaína pode ser fatal para um cachorro forçado a participar de corridas.
“Esses animais podem ter insolação após a corrida e entrar em colapso porque suas temperaturas podem atingir 40,5 graus”, diz ele.
Scott Stanley, toxicologista da UC Davis School of Veterinary Medicine, diz que, embora a cocaína seja um estimulante, não há evidências de que ela ajude um galgo a vencer uma corrida. “Não há estudos feitos por pesquisadores confiáveis”, disse ele.
O estado da Flórida pediu uma suspensão de emergência da licença de McClellan, dizendo que sua conduta é uma ameaça à segurança e ao bem-estar de qualquer animal.
McClellan relatou ter ficado sem trabalho algumas semanas antes, após o primeiro teste de drogas ter sido positivo, em janeiro.
Porém, os registros estatais mostram que sua licença não foi revogada, mas suspensa. Na realidade, uma audiência sobre sua licença está prevista para 23 de Agosto.
Quando questionado se iria notificar a Best Bet sobre os 18 testes positivos de cocaína desde janeiro, o DBPR se recusou a responder.
Apenas foi informado que Flicka está “viva e bem”. Sua última corrida registrada ocorreu no dia 1 de Junho. Existem 19 pistas de corridas de cães nos Estados Unidos, sendo que 12 estão na Flórida.
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